Desde o ano passado, mais de 2,7 milhões de brasileiros deixaram as classes D
e E para fazer parte da classe média do Brasil. Este movimento econômico
transformou a classe C na maior classe social do país, com 54% de fatia da
população. Entre as conquistas deste público estão maior renda e capacidade de
consumo – este último soma aumento de 50% se comparado a 2005. Os dados foram
divulgados na sétima edição da pesquisa Observador Brasil 2012, feita pela
empresa Cetelem BGN em parceria com o instituto Ipsos Public Affairs.
De acordo com Mario Ponticelli, country manager da Amadeus, o cenário indica
boas oportunidades ao setor de turismo. “As viagens representam artigos de luxo.
Não são necessidades de primeira ordem como alimentação, educação e outras
questões básicas. Somente com maior poder aquisitivo é que as pessoas passam a
viajar”, ressalta.
Hábitos de consumo da classe C
Um dos principais fatores que contribui para o aumento das viagens
da classe C é a facilidade de crédito, que tem papel importante nas escolhas da
classe C para o turismo. Segundo levantamento feito pela Hi-Mídia e M.Sense com
873 pessoas entre abril e maio de 2012, 44% da nova classe média já viajou de
avião. Entre eles, 22% utilizaram transporte aéreo por mais de uma vez no ano e
17% fizeram viagens internacionais alguma vez na vida.
Apesar dos números indicarem um aumento na qualidade das viagens, a nova
classe média ainda se preocupa com a economia de gastos na hora de escolher
destinos e hospedagem. De acordo com a pesquisa, 48% do público se acomoda na
casa de amigos e parentes, enquanto apenas 28% se hospeda em hotéis de categoria
três ou quatro estrelas.
Destinos internacionais preferidos da classe C
Os destinos mais comuns para viagens internacionais são os países
vizinhos ao Brasil. A Argentina foi responsável por 37% do contingente entre o
público pesquisado, enquanto o Paraguai aparece logo abaixo, com 32%, e em
seguida o Uruguai, com 26%. Em relação às viagens mais longas, os Estados Unidos
despontam com 19%, enquanto Portugal e Espanha foram responsáveis por 13% cada.
Outros países citados com maior destaque na pesquisa foram França, Alemanha,
Itália e Chile.
Estratégias de venda de pacotes turísticos para a classe
C
Algumas empresas de turismo têm apostado alto para atrair a classe C, com
pontos de venda localizados em lugares de grande aglomeração popular. No fim de
2011, a maior operadora de turismo do Brasil instalou postos que simulavam
balcões de check-in e a primeira fila de aeronaves em algumas das estações de
metrô em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
O objetivo era aproveitar o grande fluxo de passagem para atrair a atenção
das pessoas e oferecer pacotes turísticos. Entre as facilidades destes guichês
estavam preços mais acessíveis, pagamentos que podiam ser feitos com cartões de
crédito e até carnês, além de profissionais capacitados para explicar em
detalhes cada parte do processo de embarque e viagem aérea.
Segundo Ponticelli, este tipo de ação é essencial para o sucesso do negócio.
“É preciso conhecer o cenário, saber realmente para onde ir e aonde chegar, o
que oferecer e como oferecer. Para isso é preciso ter conhecimento sobre o
público e sobre o negócio. Só assim dá para rentabilizar mais”, conclui.
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